sábado, 28 de julho de 2012

E se mudassem os protagonistas...?

Por Carolina Horstmann

As políticas linguísticas dentro do Reino da Espanha são coerentes com os interesses da etnia dominante: a castelhana.
Nas periferias peninsulares as línguas “co-oficiais” ou “línguas regionais” são muitas segundo o falso respeito do poder madrileno: o catalão, o valenciano, o maiorquino, menorquino e demais falas das ilhas...; no norte o basco e o aragonês e no noroeste o galego e o asturiano.
Como podemos ver mais minifundismo não pode haver se o compararmos com o grande latifúndio do castelhano ou espanhol no centro e no sul da península. Este território manifesta-se unido na escrita e na norma enquanto as falas do oriente ibérico são atacadas na sua unidade e vêm sendo apresentadas como várias, apesar de o catalão ser uma língua única tanto no Principado, no País Valenciano e nas Ilhas Baleares.
O basco apresenta políticas linguísticas diferenciadas em Navarra e nas três províncias bascas. Ali o castelhano ocupa zonas nas que não deixa entrar o euskera e este não pode facilmente recuperar território historicamente seus porque não o deixam. Ainda assim, o basco resiste apesar do árbitro ser um comprado pelos donos da bola.
Aqui na Galiza diz-se-nos que o galego e o português são línguas diferentes. “Línguas ‘irmãs’, mas diferentes” ainda que se esteja a dizer também que graças ao galego temos o mundo lusófono aos nossos pés. Curioso, porque não se vem os passos que há que dar para dar-lhe essa utilidade tão cacarejada.
Há uns dias o presidente Feijó manifestou numa TV privada e próxima ideologicamente ao seu partido um interessante pensamento pró-reintegracionista que para si quiseram alguns dos que se dizem a si próprios de “nacionalistas”. O porquê o fez há que averiguá-lo metendo-se nos sarilhos da política falaz e maquiavélica de mentiras e de enganos que em vez de nos gerir e governar age no caminho da destruição da Galiza e de toda a estrutura identitária que lhe dá um forte caráter nacional. Muita léria e pouca resolução. Se tão reintegracionista é porque não resolve e nos deixa ver de vez as TVs portuguesas e lusófonas em aberto e porque não se acaba de implementar a língua portuguesa no sistema de ensino?
Bom, que não o faz já o sabemos. E como conhecemos aquele dito de “Pelos seus frutos os conhecereis” sabemos que de galeguista não tem nada. Esse posto político foi-lhe designado para estragar a Nação seguindo planos ditados por Madrid.
A muita gente lhe parece do mais normal que nas escolas e centros de ensino se nos apresente o galego diferente do português embora não seja assim; parece-nos normal que muitos “galeguistas” apoiem a ideia de que o português é o galego internacional mas na praxe agem como que são diferentes, à vez que não gostam de que alguns estejamos constantemente lembrando essa unidade e essa saída linguística e política. Molesta, porque no fundo não acreditam nela para além de ser uma chamada à ordem perante uma atitude mediocre, covarde e falta de responsabilidade histórica. Igualmente é muita léria e pouca seriedade.
Que aconteceria com todo esse argumentário se fosse aplicado no castelhano sobre o qual há um total consenso no que diz respeito da sua identidade linguística, da sua amplitude territorial e sobre tudo no que diz respeito à sua feição escrita? 
Alguém se imagina?

terça-feira, 24 de julho de 2012

Entrevista ao Padre Fontes.

Equipa do DTS
Texto: Carolina Horstmann 
Câmara: José Goris 
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

O Padre António Lourenço Fontes é uma dessas pessoas que não se passam desapercebidas para ninguém. Ligado sempre à causa cultural galego-portuguesa ensina-nos dia a dia que as nossas raízes galaicas estão presentes em cada elemento tradicional com o que trabalhamos, que celebramos ou mesmo que desejamos ou choramos. A forma de sentir a existência, com as nossas crenças vindas desde o paleolítico está presente mesmo no nosso ADN, mas com muita mais pureza nas regiões galaicas do Sul, no Barroso, no Gerês...em todo Trás-os-Montes.

O Padre Fontes é uma dessas pessoas que guarda o mais importante desse arraigo e nos está a lembrar cada pouco tempo a nossa ancestralidade e os vínculos que nos unem ao passado e aqueles outros vínculos que nos unem aos galegos e aos portugueses.
A Galiza, nesta altura histórica está passando-se por uns momentos difíceis. Da mão de uns dirigentes políticos castrantes e castrados estamos a ver como se nos está a desnacionalizar, como estão sendo destruídas as nossas tradições, a nossa língua, o nosso sentir nacional, a nossa forma tradicional de sentir a economia, as nossas crenças místicas e religiosas que nada tem a ver com a bondade, a generosidade, a humanidade, o saber ligado à natureza.... A dia de hoje e em nome duma modernidade alienante que nos afasta da Terra estamos entrando num mundo que nunca foi o nosso porque é alheio e é forâneo, porque nos narcotiza e cega os nossos sentidos que nos permitem ver o nosso Além... Vemos igualmente como a nossa população diminui dia a dia, como as nossas crianças enchem as suas mentes de elementos que não lhe foram transmitidos pelos seus ancestrais...quando há crianças...porque uma dos elementos desse processo é a falta de crianças que recolham o facho da nossa estirpe étnica. Estamos sofrendo o mesmo processo que levaram a cabo muitos povos indígenas ameríndios com a chegada dos espanhóis: o desastre.

No entanto, na Galiza Sul, no Norte de Portugal, as nossas tradições, a nossa língua e o nosso sentir continua vivo e com o intuito de sobreviver a esta maré desidentificadora. É o Padre Fontes um desses guardiões que preserva o nosso ser tradicional e por isso lhe devemos todo o que podemos dever-lhe a um autêntico herói galaico.

A passada Sexta-feira 13 de Julho estivemos com ele na sua Quinta de Mourilhe: A Quinta da Nossa Senhora dos Remédios. Ali lhe fizemos esta entrevista na que falamos sobre tudo do seu gosto pela medicina popular que era a forma ancestral que os nossos antepassados tinham para evitar doenças em contraposição à contaminação química que temos por medicina a dia de hoje, do enriquecimento dos laboratórios e do lobismo que surge de jogar com a nossa saúde. Após a entrevista, essa noite pudemos vê-lo no cenário ao pé do Castelo de Montalegre esconjurando as bruxas e as maldades dessa linda comarca barrosã. A prosperidade dos seus habitantes vê-se nos seus olhos, a felicidade da gente pelas ruas é imensa porque essa contaminação energética gerada por este mundo de tolos fica limpa e anulada com a força deste nosso Padre Fontes e com a ajuda desses grandes atores que são os Errantes da Troula que mais do que atuar o que fizeram foi ritualizar com total veracidade e limpar Montalegre dos maus espíritos que nos governam vestidos de fato e gravata.
Aqui vos apresentamos a entrevista que fizemos esse dia na casa do nosso Bruxo-Mor mas que nós consideramos o nosso grande, o nosso Arquidruída, o Druida de todos os galaicos dignos. Não falamos de qualquer aldeia gaulesa defendida com qualquer poção mágica, não. Falamos de Montalegre, falamos do Barroso, falamos do Norte de Portugal, falamos da Gallaecia viva, falamos do Padre Fontes.   Que vos preste. Sexta-feira 13 de Julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Roteiro pelo Património. Objetivos.

Por Editores do DTS (Desperta do teu Sono)
Faltam poucos dias para levar a cabo o Roteiro pelo Património. O dia 4 de Agosto combinaremos na Praça do Mostéiro de São Rosendo para levarmos a cabo um convívio no que visitaremos vários monumentos histórico-artisticos das Comarcas de Cela Nova e a Querquérnia. Queremos cumprir objetivos de irmandade galego-portuguesa, de lazer e de conhecimento da nossa cultura e ancestralidade. Os nossos objetivos são:

-Levarmos a cabo uma jornada de convívio e irmandade galego-portuguesa.
-Darmos a conhecer o nosso património ao público interessado ao norte e ao sul da raia e a todos aqueles que queiram achegar-se ao evento.
-Respeitarmos e fazermos respeitar aquilo que nos une ao nosso passado histórico-artístico perante tanta destruição e deleixo por parte das autoridades que nos (des)governam.
-Comunicar ao público que o património galaico é o mais grande em quantidade de toda a península ibérica (só a quantidade de monumentos históricos da velha Gallaecia é maior do que todo o resto da península ibérica junta), assim como da alta qualidade do mesmo pelo qual merece respeito e proteção, assim como ensino, cuidado e cultivo.
-Reconhecermo-nos como o povo mais antigo da península, com uma personalidade definida e reafirmada através dos séculos, apesar dos obstáculos e separações.
-Levar a cabo uma jornada de convívio e lazer entre galegos e portugueses.
-Reconhecermo-nos, a gente de ambos lados da raia, nas tradições, na história, na arte, na nossa psicologia e na forma de percebermos o mundo.
-Apreendermos cousas novas no que diz respeito da nossa tradição histórico-artistica e linguística ocultada pelos paradigmas negacionistas do nosso povo chefiados pelos poderes políticos que nos (des)governam.
-Tomarmos contatos de amizade que nos abram novas portas de conhecimento e reconhecimento mútuo que nos levem à colaboração futura em eventos de esta índole tanto na Galiza como em Portugal.
-Dar a conhecer a velha Kalláikia a todos os que quiserem tomar consciência das nossas origens.
-Reivindicar uma voz conjunta galego-portuguesa na defesa dos nossos interesses comuns perante poderes políticos e económicos estatais que destruem a nossa forma tradicional de viver e sentir.
-Reivindicar um modelo social e económico sustentável de acordo com a nossa tradição vinculada à Terra e à Natureza sem rechaçar qualquer modelo urbano que seja harmónico com a mesma
-Reivindicarmos uma ancestralidade comum e um futuro conjunto.
-Reivindicarmos e nos reconhecermos como utentes duma língua comum originariamente galaica embora reconhecida no mundo com o nome de Português.
-Reivindicarmos uma nova oportunidade para apresentar à UNESCO a Candidatura do Património Imaterial Galego-Português
-Reivindicarmos a nossa condição de celtas que sempre formos.

Convívio da Portela

Convívio da Portela. Pitões 28 de Julho.



 

domingo, 15 de julho de 2012

Roteiro pelo Património



Pela Equipa de Redação do Desperta do teu Sono

O DTS (Desperta do teu sono) tem a bem organizar um roteiro histórico-artístico pela Comarca da Querquérnia (Baixa Lima) o dia 4 de Agosto de 2012. A informação a seguir:


Organiza: (DTS) Desperta do Teu Sono http://www.facebook.com/events/386641181394294/

Datas: Sábado 4 de Agosto de 2012

Comida: Cada um leva o que queira para si e para compartilhar se quer (Não leveis todxs empanada!). Não há ideia de comer em Restaurantes. A ideia é comer em algum lugar ao ar livre todos juntos, por isso é bom levar para além da comida, mantas ou toalhas para tender no chão e pousar as cousas de comer.

Roupa: Cômoda, para andar, adequada ao clima do dia. Se houver sol e calor a gente deve levar água e viseiras. Se fizer mal tempo seria adequado qualquer elemento impermeável ou de abrigo. Levai fato de banho pois bem seja em Aquis Querquernis (onde há poças de água quente) ou na Mata de Albergaria (onde há uma cascata com umas poças) poderemos nos banharmos se quisermos..

Percurso:

O Roteiro começa em Ourense para os que venham da CAG (Comunidade Autónoma Galega ou Galiza Norte), por isso quem vier de fora da cidade das Burgas pode combinar com a organização no Pavilhão dos Desportos dos Remédios às 9:00 horas (HCE, quer dizer, hora do Reino).
Para a combinação a gente que se apontar pode deixar mensagem no evento do facebook. Tomamos nota e aguardamos por ele/a nos lugares de encontro. http://www.facebook.com/events/386641181394294/

Ligação com a organização:
Tlfn: 0034-637-48-47.33

barbosa_gz@hotmail.com

0-Lugar de encontro com os amigos que venham de Portugal: Praça de São Rosendo de Cela Nova às 09:00 hora Portuguesa 10:00 Hora Central Europeia (horário de Madrid pelo que se rege a Galiza)

1-Cela Nova:
a) Castro Mau


b) São Miguel de Cela Nova (Por enquanto duvidoso)
2-Bande
a) Aquis Querquernis. (Acampamento de época romana e Centro de Interpretação)

b)-Santa Comba de Bande





3-Lóbios
a) Aquis Originis 

b) Miliários da Via Romana XVIII Braga-Astorga.


4-Descanso nas Poças da Mata da Albergaria.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre a Montanha Mágica de Carlos Solla


Por José Manuel Barbosa

Há muitos anos, lá pelos 70, li numa revista de divulgação a referência dum livro do cientista britânico Barry FellAmerica B.C. Times Books, New York 1976” que descobriu que a América puderam ter chegado naves e pessoas de procedência europeia, norte-africana  e do Próximo Oriente em épocas pré-romanas. Procurei o livro e pôde lê-lo. Nele dizia-se que Fenícios ou Cartagineses, Líbios, Egípcios e Celtas da Península Ibérica (Kalláikoi??) poderiam ter deixado as suas pegadas em contruções, gravações em pedra, santuários e mesmo nas línguas dos nativos. Se isto tivesse sido assim, o conceito da história mudaria radicalmente não só no que diz respeito de como se transmite o conhecimento do passado, mas também em relação ao vínculo transatlântico euro-americano (concretamente celto-americano que nos atinge) e ainda a visão do homem sobre o seu passado em geral.
Muitos anos para além, na época na que isto escrevemos, outra investigação científica levada por uma equipa do Supreme Council of Antiquities and the American Research Center in Egypt (ARCE) chefiada pelo egiptólogo de nacionalidade egípcia Zahi Hawass tivera a ousadia de estudar o ADN do faraó Tutancâmon que viveu no Egito de há 3.300 anos. Nele descobriram um vínculo genético comum com os atuais irlandeses e também com os “spanish” como diz uma notícia num jornal inglês que consultei. Mas tendo em conta que neste outro jornal digital que também consulto, o  “The European union times” (http://www.eutimes.net/2010/06/king-tuts-dna-is-western-european/), se relaciona no cabeçalho o Rei Tut com o Oeste europeu por possuir o Haplogrupo R1b ou R1b1, é evidente que quando se fala de “spanish” não nos estaremos a referir que ele terá vínculos com os valencianos ou os murcianos, sobretudo se é que o R1b tem a sua máxima concentração nas Ilhas Britânicas, na Armórica e na velha Kalláikia.
São estas as notícias que nos jornais espanhóis passam muito desapercebidas porque não é de interesse da gente que chefia este projeto nacional com o que parece que nada temos a ver os galaicos a não ser à hora de pagar impostos, fazer parte do exército e berrar “yo soy español” quando uma equipa desportiva ganha algo. Esta notícia sim deveria ser do interesse dos galegos e mesmo dos asturianos e cântabros porque algo vai com eles...connosco.
Por outra parte, conta-se que a “Liath Fàil” ou “Pedra do Destino” era a pedra sobre a qual se coroavam os reis irlandeses, escoceses e mais atualmente ingleses. Ela estava unida indefetivelmente ao poder de Deus que lhe dava legitimidade à monarquia que a possuir. O seu protagonismo na história bíblica de Jacobe, quem dormiu sobre ela e teve o seu famoso “sonho de Jacobe” é indiscutível, e conta a lenda que esteve nas mãos do povo de Israel durante a sua estadia em Egito até a fugida dos hebreus para a terra de promissão. Só foi quando os israelitas estavam a cruzar o Mar Vermelho que o general egício Haythekes conseguiu roubá-la e após diversas aventuras acabou na Galiza onde os reis brigantinos legitimavam o seu “Coronno” como o autêntico monarca. Com as invasões dos brigantinos (também conhecidos nas Ilhas com o nome de “Milésios”) na Ilha de Irlanda a Pedra chegou até lá e era em Tara onde os reis irlandeses recebiam o seu poder  no outeiro da Macha. De irlanda passou-se para a Escócia e dali a Inglaterra onde os reis ingleses se coroavam...
Curioso é o que diz a lenda. Nela diz-se que a Escócia não ia ser independente enquanto a pedra ficasse em mãos inglesas... É após quase três séculos que a pedra foi retornar a velha terra dos Pictos e dos Escotos, a velha Caledónia, quando estamos a falar novamente da independência dos nossos irmãos do Norte. Nada disto interessa a Espanha, mesmo sendo uma história que em parte se desenvolve no “seu” território. Lembremos que Galiza é “españolísima”. E é por isso pelo qual e com toda a probabilidade o livro do nosso amigo Carlos não vai interessar muito em Cuenca ou Valhadolid, mas pensastes o que é o que pode dizer-lhe a um galego inteligente e consciente que ele possa ter parentesco com o Tutancâmon? Ou que a história do nosso País esteja vinculada ao “Liath Fàil” onde se coroabam os reis brigantinos? Ou que tenha consciência de que os nossos antepassados galaicos puderam ter chegado em época pré-romana a Iowa ou a Massachusetts para construírem santuários?
A tudo isto, só dizer uma última cousa: a vida dá muitas voltas e o que hoje pode passar desapercebido e pode não ter interesse, amanhã é o centro das atenções de todo o mundo da cultura, da arte, da ciência...por isso não seria errado se vos fazeis com o livro do meu amigo Carlos Solla “O Monte do Seixo. O Santuário perdido dos celtas”. Comprai-o e procurai que é o que significa a história do “Pecheche, o boi dos três cornos”, ou informai-vos de quem era “Boucigha”; ou mesmo o que é o que se esconde em “Portalém”, quer dizer, “na porta do Além”. Fazei, e depois falamos. Quiçá possamos descobrir vínculos que vos resultem saborosos e vos façam pensar que lá pelo vosso ADN correm parentescos Reais-faraónicos e lendas perdidas no tempo mas nas que algum dos vossos antepassados foram protagonistas. Comprai, e se sonhais e se vos põe a pele de galinha é que algo haverá...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Entrevista à Professora Doutora Blanca Garcia Fernández-Albalat

Equipa do DTS
Câmara: José Goris 
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

Os passados 6 e 7 de Maio tivemos o prazer e a honra de organizarmos umas Jornadas da Língua Galego-Portuguesas em Pitões das Júnias às que levamos três pessoas que consideramos importantes no que diz respeito do celtismo. Uma dela, Fátima Figueiredo falou sobre o relacionamento existente entre as Cantigas Medievais e a tradição celta, o segundo foi David Outeiro, colaborador deste nosso blogue no que falou sobre hagiografia e o vínculo entre as divindades celtas e os atuais santos cristãos e finalmente a Professora Blanca Garcia Fernández-Albalat com o trabalho que levava por título: "A Soberania indoeuropeia, celta e galaico-portuguesa: a perduração no folclore."
Professora Fernández-Albalat, uma das mais importantes celtólogas da Galiza de hoje (juntamente com o Professor André Pena Granha com quem gostaríamos contar em próximas edições) nasceu na Crunha e é Doutora em História, especialista em Arqueologia, Pré-história e Antropologia Cultural . A sua tese de licenciatura foi feita em 1983 na Universidade de Santiago de Compostela onde fez estudos e levava o título de: "El culto a las divinidades de las Aguas en la Gallaecia Antigua" momento em que começou as suas investigações do mundo religioso e sociedade celto-galaica e da área lusitana de época pré-romana.
O Título de Doctora en Historia foi conseguido pela tese: "Las divinidades de la guerra y su vinculación con las comunidades indígenas en el  área galaico-lusitana feito igualmente na Faculdade de Geografia e História da USC (Departamento de Historia I: Prehistoria, Arqueología, Historia Antigua y Paleografía) (España) em Abril de 1989 com uma qualificação Apto cum Laude por unanimidade.(máxima puntuación). Nesta susa tese de doutoramente esta baseada na investigação sobre o comportamente dos grupos de guerreiros do Oeste peninsular em época pré-romana e romana procurando as semelhanças e paralelismos com as comunidades irlandesas e celtas em particular. De igual maneira a relação com determinados deuses da guerra tipicamente celtas.
Em 2005 e 2006 validou o seu doutoramento em Pré-história e História da Antiguidade para exercer profissionalmente em Portugal pela Universidade do Minho, em Braga e a equiparação com grau de Doutora na especialidade de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.




Grande trabalhadora no âmbigo científico com trabalhos de investigação como os seguintes:
 
 1. "Sociedad y categorías sociales en la Galicia Antigua" O nacimento dunha nación: Sociedade e Categorías sociais na historia de Galiza, editado por el diario A Nosa Terra, en la colección A nosa Historia, nº. 6, Enero 1995, pp.: 10-18
        
2. "Las divinidades indígenas de la Hispania Prerromana. En pos de una metodología", Trabalhos de Antropología e Etnología da Sociedade Portuguesa de Antropología e Etnología, Porto 1985 , Vol. 25, fasc. 2-4, pp. 275-283.
 
3. "La diosa Erbina, la soberanía guerrera femenina y los límites entre los igaeditanos y los vetones",  Revista Conimbriga, XXXII-XXXIII (1993-1994), pp 383-401.

 E os livros publicados:

1. Guerra y Religión en la Gallaecia y Lusitania Antiguas, Ediciós do Castro, Sada, A Coruña 1990.

2. Las rutas sagradas de Galicia: perduración de la religión celta de la Galicia Antigua en el Folclore actual. Diputación Provincial de A Coruña. 1999.

3. Religión celta y religión Galaica  Tomo I. Aspectos teóricos, Diputación Provincial de La Coruña (en prensa).

3b. Religión celta y religión Galaica. Tomo II: Epigrafía votiva de Gallaecia. (textos y aparato gráfico), Diputación Provincial de La Coruña (en prensa)

4. Espacio sagrado y simbolismo celta. Del Leabhar Gabhála a Galicia. Editorial Brigantia, Betanzos, A Coruña (en prensa).

Trabalhou igualmente em alguns livros coletivos como são:

1. "Las llamadas divinidades de las aguas" en J.C.BERMEJO BARRERA : Mitología y Mitos de la Hispania Prerromana 2, Madrid 1985 pp. 141-192  (=Cap. V ).

2. "El hecho religioso en la Galicia Céltica", en O feito relixioso na historia de Galicia, Santiago 1993. Asociación Galega de Historiadores, pp. 27-58.

3. "Ritos funerarios en la Galicia Céltica" en A Cidade e o Mundo: romanización e cambio social. Publicación de los cursos de Verano de la Universidad de Vigo (Xinzo de Limia, Julio 1995). Concello de Xinzo de Limia 1996. pp. 69-79.

4. "Religión y sociedad en el mundo castreño gallego", en A Cultura Castrexa a debate, Actas de los cursos de Verano de la Universidad de Vigo (Tuy, Julio 1995). Coord. de José Manuel Hidalgo Cuñarro; Instituto de Estudos Tudenses 1996.pp. 141-156.

5. "La religión de los castrexos", en Las religiones en la Historia de la Galicia, Semata: Publicación de Ciencias Humanas y Sociales de la Universidad de Santiago de Compostela; 1996. Vol. 6-7 pp. 33-91.

6.  “A Coruña Celta” : tres fascículos de  la Historia de La Coruña editada por el diario “La Opinión”- (en prensa).

7.  “El patrimonio como responsabilidad” en A Cultura Light, actas da mesa redonda celebrada na Faculdade de Letras do Porto. Abril 2005.  

8. “La Soberanía Indoeuropea. Perduraciones en el folclore del Noroeste Peninsular”, en Crenças, Religiâo e Poder. Dos individuos as sociabilidades, Porto Ed. Afrontamento, 2008, pp. 327-345.

Participou em vários congressos onde apresentou os seguintes trabalhos:

1.    "Introducción al estudio de la problemática metodológica suscitada por el análisis histórico-religioso de la llamadas divinidades de las aguas", Publicación del Seminario Luso-galaico de Estudos de Arqueología, Historia e Etnología Comemorativos da Vila de Caminha,  Octubre 1984 (Portugal), número especial de la Revista Lucerna, 2ª,serie, Vol II, Porto 1987, p. 245-262.

2. "El culto a las Aguas en la Prehistoria. La pervivencia de un tópico metodológico" I Encontro de Escritores Luso-galaicos, Monçâo - Melgaço, (Portugal) 25/27 Enero 1985.

3. "Un ara votiva a Durius? Valor religioso de los ríos en la Antigüedad", 1er. Congreso Internacional sobre o río Douro. Vila Nova de Gaia (Portugal), Abril-Mayo 1986. Publicado en un nº especial de la Revista "GAIA" (Cámara Municipal de Vila Nova de Gaia, (Portugal) 1995.

4.  "La diosa Nabia. Nueva interpretación", I Congreso Peninsular de Historia Antigua. Santiago de Compostela, Julio 1986- (editado por G. Pereira Menaut en Santiago de Compostela 1988) Vol II pp. 249-263.

5. "La religión Prerromana de la Beira Baixa. Una cuestión de método", I Jornadas de Historia Regional do Distrito de Castelo Branco, Castelo Branco Noviembre 1987. (en prensa).

6. "La soberanía femenina céltica y sus huellas de culto en el Oeste peninsular", en  Os Celtas da Europa Atlántica, Actas do I Congreso sobre la Cultura Celta . Ferrol Agosto 1997 - Ferrol 1999. pp. 171-197.

7. "Mitología celta y Folclore Galaico", Os celtas da Europa Atlántica. Actas do 2º Congreso Internacional sobre a Cultura Celta, Ferrol Noviembre 1998. (en prensa).
8.  Coordinadora de “La Historia de A Coruña”, a editar por el periódico “La Opinión”. 

9 “A orixe dos espazos sagros e as particularidades no mundo celta.” Congresso Internacional sobre a Cultura Celta. Narom. Abril 2011.


Participou em Simposia como ponente:

1. "Introducción a la problemática metodológica suscitada por el análisis histórico-religioso de las divinidades de las llamadas divinidades acuáticas", ponencia leída en el VII Centenario da Foral de Caminha. Caminha (Portugal) 24 Julho 1994.

2. "El Culto a las aguas en la Prehistoria", ponencia leída en el I Encontro de Escritores Luso-galaicos. Monçâo-Melgaço, Portugal, Enero 1985.

3. "Un ara votiva a Durius. Valor religioso de los ríos en la antigüedad", comunicación presentada al I Congreso Internacional sobre o río Douro. Vila Nova de Gaia, Portugal, Abril/Mayo 1986.

4. "La diosa Nabia. Nueva interpretación", comunicación presentada al I Congreso Peninsular de Historia Antigua. Santiago de Compostela, Junio 1986.

5. "La religión Prerromana en el noroeste peninsular" en La Galicia Prerromana, Curso de Verano de la UIMP en la Coruña, dirigido por la misma. 23 Julio 1987.

6. "La religión prerromana de la Beira Baixa, una cuestión de método", comunicación presentada en las I Jornadas de Historia Regional de Castelo Branco. Castelo Branco, Portugal, 13-15 Noviembre 1987.

7. "Los druidas y la magia celta", ponencia presentada en el II Simposium Internacional de Antropología, Mitos y Tradiciones: En busca del origen del hombre. Organizado por Procultur. Asociación de Promoción cultural, Madrid 28-29 Noviembre 1987.

8. "Breve notícia de uma nova divindade indígena nas terras das Beiras. O limite entre os Igaeditanos e os vetones", comunicación presentada en el I Coloquio Arqueológico de Viseu. Viseu, Portugal. Abril/Mayo 1988.

 9.  "Los rituales de la muerte en época castreña" ponencia presentada en el Seminario: Ritos e imaginario da morte em Portugal (Idade Media), Organizado por la Faculdade de Ciências Sociais e humanas da  Universidade Nova de Lisboa, 29-20 Junio 1992.

10. "El hecho religioso en la Gallaecia celta", ponencia presentada en la II Semana Galega de Historia: "O Feito relixioso na Historia de Galicia". Organizado por la Asociación Galega de Historiadores. 19 Abril 1993.

11. "O elemento celta na Protohistoria galaica", ponencia presentada en el curso A Cultura castrexa a debate, organizado por la Facultad de Humanidades de Orense. 13 y 14 Abril 1994.

12. "Ritos funerarios en la Galicia celta", ponencia presentada en A cidade e o mundo: Romanización e cambio social. Curso de Verano de la Universidad de Vigo-Concello de Xinzo de Limia. Xinzo de Limia 3-7 Julio 1995.

13. "Religión y Sociedad en la Galicia Castreña", ponencia presentada en A Cultura Castrexa a debate, Curso de Verano de la Universidad de Vigo. Tuy, Julio 1995.

14. "O fenómeno religioso na Galicia Celta: A soberanía femenina". Comunicación presentada al  I Congreso Sobre a Cultura Celta de Galicia, Ferrol Agosto 1997.

15. “Mitología celta y folclore galaico”. Comunicación presentada a Os celtas da Europa Atlántica. II Congreso sobre a Cultura Celta.” Ferrol Noviembre 1988.

16 “Os Celtas en Galicia Tema de la Mesa Redonda celebrada en el Instituto de Estudios Gallegos Padre Sarmiento con motivo de la Semana de Ciencia y Tecnología y dentro del ciclo “Historia e lenda”.18 Noviembre 2003

17. “El patrimonio como responsabilidad” Mesa Redonda sobre la Cultura Light, Porto, Faculdade de Letras. 22 Abril 2005.

18. La Soberanía Indoeuropea. Perduraciones en el folclore del Noroeste peninsular. Mesa Redonda “Crencas, religiôes e poder. Dos Individuos as sociabilidades, Celebrada na Faculdade de Letras do Porto en Abril de  2006. (ver apartado de publicaciones)

19. “Arqueoloxía Simbólica da Paisaxe” Curso de Verano de la Universidad de Santiago de Compostela. Guitiriz Julio de 2010.

20. “La vestimenta de la heroización y de la guerra en la Cultura Castreña” DRESSID PROJECT (SGB WORKSHOP) Political power and appearance: Luxury and Dress in the Roman Empire ans its provinieses. 7 Noviembre 2010. Facultad de Geografia e História de Valencia.

  Participou igualmente em conferências com os temas seguintes:
  
1.     "Estructura geral das religies indoeuropeias", Faculdade de Letras do Porto, convidada por el Dr. Armando Coelho Ferreira da Silva, asistente de Protohistoria. Febrero 1985.
2.     "As religiôes célticas na Gallaecia", Festival Intercéltico de Porto, Organizado por el Instituto Francés de Porto, 22 Abril 1986.
3.     "Religiôes indoeuropeias: estrutura interna e aplicaçâo ao estudo das religiôes na Lusitania". Faculdade de Letras do Porto, convidada por el Dr. Armando Coelho Ferreira da Silva, asistente de Protohistoria. Julio 1986.
4.     "Poblamiento de Galicia e Hispania: Los indoeuropeos". Facultad de Humanidades de Orense, 12 Mayo 1993.
5.     La realidad céltica de Galicia, más allá  de la Arqueología", Revista Anual de la Asociación Cultural Hispano-Irlandesa. Madrid.
6.     "La religión céltica en Galicia", organizado por la Asociación de amigos del Museo-Museo Arqueológico de la Coruña. Auditorio Caixa Galicia 20 Mayo 1993.
7.     "El celtismo en Galicia : estado de la cuestión". Sociedad de Amigos de los Museos, La Coruña, 2 de Julio 1999.
8.     El poblamiento antiguo de La Coruña y el origen celta de su nombre”, Puertas Ártabras Sociedad de Amigos de los Museos, La Coruña. Diciembre de 2000.
9.     “A orixe do espazo sagro no mundo castrexo”. VIII Xornadas Castrexas organizadas por la Consellería de Turismo, Patrimonio Histórico-Artístico e Natural e Medio Rural. Concello de Cambre (A Coruña), Sábado 16 Octubre 2010.
Igualmente ministrou aulas como professora de Cursos de formação e seminários, organizadora de Congressos, Cursos de formação, Projetos de investigação, Direção de investigações, Colaboração com entidades científicas, etc...É Vice-Presidenta da Fundação Associação de Estudos Celtas de Galiza desde a sua constituição, Fundadora e Presidenta da Associação de Investigações Celtas de Galiza e faz parte do IGEC (Instituto Galego de Estudos Celtas) como diretora do Depto. de Cultura Céltica Contemporânea.
Foi igualmente Professora Universitária da USC e Professora da Universidade de Vigo


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