quinta-feira, 26 de abril de 2012

Jornadas das Letras (convívio de irmandade galaico-portuguesa)


Por Carolina Hortsmann

O blogue despertadoteusono.blogspot.com tem a bem organizar para os próximos dias 5 e 6 de maio umas jornadas convívio das letras galego-portuguesas. O programa inclui umas conferências, comidas de irmandade, um recital de poesia e visita a alguns dos lugares mais emblemáticos do Concelho de Montalegre.
Como sabemos o Concelho de Montalegre é um dos mais ativos do ponto de vista cultura de Portugal, limitrofe com a Galiza e amante dela. Lá as opções para a estadia é ampla e os responsáveis da organização informarão adequadamente aos participantes onde é que se pode comer e dormir esse fim de semana que promete interessante.

Deixamos abaixo o programa deixando também muito claro que a informação para tal evento poder ser fornecida nos seguintes contatos:
 
Organização
 
José Manuel Barbosa
(membro do IGEC)
Tlfone: 0034-637-48.47.33
barbosa_gz@hotmail.com

info@despertadoteusono.com

As vagas são limitadas e a inscrição acaba o dia 3 de maio.

https://www.facebook.com/events/419517028059370/
 http://www.cm-montalegre.pt/
 http://www.pitoesdasjunias.com/


O plano seria:
Dia 5 (h
ora portuguesa)

1-Por volta das 12:00 hora portuguesa concentração na casa de Turismo Rural do Padre Fontes em Mourilhe.
2-13:00 Jantar de confraternização e posterior recital de poesia em Mourilhe
3-16:00: Apertura das palestras sobre os "Vinculos entre a tradição celta e a tradição galego-portuguesa" na Sala da Junta da Freguesia de Pitões.
4-16:00 1ª Conferência. António Lourenço Fontes "Monumentos arqueológicos de Vilar de Perdizes e Pitões das Júnias"
5-17:00 2ª Conferência: Fátima Figueiredo "Tradição celta e literatura medieval galaico-portuguesa"
6-18:00 Visita Turística (segundo permita a climatologia)
7-20:00 hora portuguesa ceia-convívio de irmandade (horário adaptado ás necessidades das atividades).

Dia 6
1-10:00: Sala da Junta de Freguesia de Pitões das Júnias.
2-10:00 2ª Conferência: David Outeiro "Pervivência das divindades celtas na mitologia e hagiografia galegas"
3-11:00: 3ª Conferência: Blanca Garcia Fernandez-Albalat: "A Soberania indo-europeia, celta e galaico-portuguesa: a perduração no folclore."
4-Às 12:00 horas em Pitões das Júnias mesa redonda, debate e conclusões:
5-14:00 Comida de confraternização
6-Completar visita turistica



 

Vagas limitadas

Carxs, bem sabeis que as jornadas são de graça. Não cobramos por assistência mas temos que informar que o jantar do dia 5 de maio ao meio-dia na casa do Padre Fontes em Mourilhe são finalmente 15 Euros.

O jantar (pequeno almoço em Portugal) do dia seguinte pode ser em qualquer dos restaurantes de Pitões (Taberna Terra Celta, Casa do Preto ou o Dom Pedro) ou Montalegre (Tasca Do Açougue Montalegre). Queríamos que fosse um jantar de irmandade para finalizar as jornadas e nos distintos lugares onde se pode comer os preços estão entre os 16 e os 20 Euros. Ali poderemos arranjar preços especiais para grupos como o nosso (que lhe vamos dar vida ao lugar):
Finalmente a ceia do dia 5 poderá ser na Taberna Terra Celta onde há petiscos em geral frios mas também pode haver algo quente. É mais barato do que os restaurantes. Por 5 Euros poderemos cear.


*Pontos de interesse turístico de Pitões:
-A aldeia. Uma das mais bonitas e melhor conservadas de Portugal.
-As ruinas do Mosteiro das Júnias.
-A cascata de Pitões.
-A ermita.
-O Ecomuseu da Casa do Boi.
-O Forno Comunal, no que se coze às manhãs o pão.

Organização: 
 
Matricula: info@despertadoteusono.com
José Manuel Barbosa: 0034-637-47.48.33

barbosa_gz@hotmail.com


Alojamentos e Restaurantes:
http://www.cm-montalegre.pt/showPG.php?Id=119
Contatos:
TASCA DO AÇOUGUE
Terreiro do Açougue
5470 – 250 Montalegre
Telef.: 276511164
 

Para dormir e comer
TABERNA TERRA CELTA 
(Justo enfrente da Sala de Conferências)
tabernaterracelta@portugalmail.pt
+351 960 316 315
+351 917 666 876
+351 916 277 040.

Para dormir e comer
SRª DOS REMÉDIOS 

(Aqui vamos fazer o Jantar Recital)
Mourilhe
5470 – 311 Mourilhe
Telef.: 276510260
www.padrefontes.com
hotel_mourilhe@iol.pt

Para Comer
RESTAURANTE D. PEDRO
Pitões
5470 – 370 Pitões das Júnias
Telef.: 276566288
  
Para dormir e comer
RESIDENCIAL O PRETO
Telef.: 276566158
Pitões das Júnias
5470 – 370 Pitões das Júnias



UPDATE:  
IGEC 
Câmara Municipal de Montalegre 
PGL
AELG

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Língua materna e Aprendizagem.


Por Mabel Pérez

Embora não seja fácil definir "língua materna", podemos considerar linguagem materna àquela que uma perssoa tem diretamente ligada à sua cultura de origem, a que representa a realidade que há ao redor, a que nomeia a realidade na que vive, independentemente de quem tenha sido a pessoa ou grupo que a tenha transmitido.
Devemos conhecer, falar, compreender e respeitar a língua mãe, porque se não respeitamos e fortalecemos a nossa língua, ela corre o risco de que se deixe de falar e mesmo chegue a desaparecer. 
 No artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Linguísticos indica-se que "todas as comunidades linguísticas têm direito a usar a sua língua, manter e promover em todas as expressões culturais", por isso temos de defender o direito de falá-la e aprendê-la. Por isso neste artigo vamos tentar mostrar que a língua mãe serve para nos comunicarmos e para conhecermos a realidade do nosso contorno com uma panorâmica que atinge as nossas origens com as palavras que representam essa realidade. Mas não esqueçamos que a nossa língua, a nossa língua materna, também serve como um veículo para a expressão de ideias, preocupações e sentimentos que fazem parte duma realidade diferente às outras. A nossa realidade  que nomeia o mundo duma maneira diferente.
 A língua galega, língua materna dos Galegos e Galegas é o resultado da derivação da língua latina que os romanos trouxeram ao Noroeste da Península mas a contribuição das línguas anteriores à colonização romana (línguas de substrato, isto é  um estrato chamado "Antigo Europeu, pré-céltico ou para-céltico ") e depois (línguas de superstrato, línguas que se superpuseram após a fragmentação do Imperio Romano). Aliás no galego entraram também palavras de empréstimo de outras línguas românicas e não românicas, muitas vezes  através do castelhano, devido á colonização linguística á que é submetida a Galiza desde o Medioevo.
A nossa língua tem um substrato indo-europeu que se remonta á Idade de Pedra, isto sabémo-lo por  palavras de origem indo-europeu que são ainda são conservadas hoje e permanecem também no ocidente europeu e no Norte de África, vozes como "caracol","cosco"" gabanceira”,"queiruga” ou como as que têm a raíz "carr "(carrasco, carroucho).
Há outro grupo de palavras de origem hispano-caucásica, coincidentes em todo o sul europeu, de Galiza ao Cáucaso, como “coto”, “sobaco”, “morodo” ... e Tirrénica, com palavras comúns para a Península Ibérica, Gália e Itália: “touza”, “morea”, “barro”, “abarca”, “esquerdo”, “veiga” ...
Sabemos que as  nossas origens se remontam aos Oestrímnios, povo que deixou as antas e os dólmens preservados na Galiza de tempos pré-romanos e que foram expulsos ou assimilados pelos para-celtas que chegaram no ano 600 aC e que nos deixaram palavras como “cabana”, “pá”, cabaço”, “páramo”, palavras que designan a vida quotidiana das familias, ou nomes de localidades como: “Beasque”, “Viascão”, “Tarascão... ,até que os Celtas, no 800 aC. Instalaram-se no nosso território, empurrados de centro-europa pelos germanos. Esse povo celta foi o que os romanos chamaron "Gallaeci" (Galegos).
Já no léxico comum do galego são palavras celtas os nomes das árvores: “vidoeiro”, “amieiro”..., de plantas: “brusca”..., da agricultura: “colmo”, “embelga”..., as “chedas” e as “cambas” do carro..., nomes de animais: “rodabalho”, “careija”, “beiço”..., acidentes topográficos: “lama”, “lousa”, “laje”, “burato”.. da vida doméstica: billha, berço, tona, boroa..., os topónimos acabados em –obre que vem de –brix ( fortaleza): Baralhobre, outros como Crunha, ou nomes de ríos: “Límia”, “Deva”, “Sar”... 
Antes da chegada dos romanos, o nosso território era habitado por esses povos que falavam distintas línguas. Após a conquista romana, esses povos passaram, pouco a pouco, a falar latim, da mesma forma que também adoptaram a cultura e o tipo de sociedade romanas. Mas estas línguas anteriores ao latim, também achegaram algo ao galego, especialmente no campo léxical, em vozes que são referidas a conceitos concretos, tais como nomes de animais, plantas, topografía, etc. e que seguem a representar a nossa realidade quotidiana, tanto no rural como no urbano. Depois do desaparecimento da Império Romano do Ocidente, outros povos, como os germânicos e os árabes também se instalaram na Gallaecia, mais não apagaram o latim galaico, aínda que deixaram alguma pegada da súa presença, sobre tudo no léxico comum e na toponimia. De origem germánica são palavras como : “roubar”, “branco”, “guardar”, “Allariz”, “Guitiriz” , etc.
A influência árabe foi pequena e, ás vezes, a incorporação duma palavra árabe ao galego não foi diretamente, mas por meio do castelhano. São arabismos: “açucar”, “azeite”, “acelga”, “alfinete” “alfombra”, ou a  interjeição “oxalá”. O que não se sabe com certeza é quando acaba o latim e começa o galegoportuguês, mas sim que nos séculos X e XI já é uma língua bastante bem estruturada e com umas caraterísticas de seu, aínda que o latim continuou a ser usado como única língua na escrita ainda durante muitos anos. Vai ser a partir do século XII quando a nossa língua  passe a ser usada na escrita, como também o fizeram as outras línguas românicas e se converta assim na nossa LÍNGUA MATERNA, berço da nossa cultura e representação da nossa realidade.
A língua materna é muito importante para a aprendizagem d@s estudantes, condiciona as  aprendizagens dos alunos, já que este é o fundamento do pensamento e define uma forma especial de olhar a realidade, organizar, ver e sentir a vida e o mundo que nos rodeia. Por isso é muito importante que professores e família sejan conscientes do papel tão importante que a língua galega tem na aprendizagem da criança e torná-lo visível. Aliás pode melhorar a sua utilização na escola e na vida diariamente.
Se promover e incentivar o uso do galego em alguns contextos, o fato de ter de escolher entre diferentes idiomas, dependendo das diferentes situações, desenvolverá mecanismos cognitivos que podem ser aplicados para resolver problemas em outros contextos. Além disso, o uso na aula da língua galega pode ser, em determinados momentos o fío condutor das relações inter-pessoais, inter-sociais e inter-disciplinares, já que como vimos acima , a realidade do nosso país nomeia-se com palavras próprias da nossa língua, diferente da realidade que mostra o espanhol.
A língua espanhola é uma imposição, que como o latim, é uma realidade estranha, embora seja verdade que a coexistência de ambas as línguas gera uma série de interferências linguísticas interferindo-se mutuamente. Assim é que existem realidades galegas que não podem ser suplantadas pelo castelhano: quem leva a criança no "regazo" e não no “ colo” ? quem em áreas rurais  usam formas de espanhol para representar o seu trabalho diário?, que alun@s da nossa escola vivem com a realidade espanhola e a súa  esfera de influência para além da súa realidade? e daquelas palavras que empregan os seus maiores? Conhecem a realidade doutro modo que não seja a través de palavras galegas?
A língua da Galiza é o galego, e representa a própria Galiza, a Galiza de sempre, dos antergos, o mundo que nos rodeia. Como professor@s, devemos compreender que educar na realidade, ser educado no mundo que nos rodeia, é sentar as bases para a aprendizagem posterior, que o enriquecemento cultural, social, linguístico, passa-se por ensinar a partir das raízes, a partir da língua materna. A partir daí, podemos extender esse conhecimento a outras línguas e outras culturas. De não fazermos assim, veremos a nossa língua condenada ao ostracismo no que já esta em parte, graças a governos galegos como o actual. Não apenas mataremos uma língua e uma cultura, mas cairão gerações de galeg@s na pobreza cultural. Dum ponto de vista da aprendizagem veremos maior dificuldade com aquilo que é estranho para nós do que com aquilo que para nós tem uma base sentimental.

domingo, 15 de abril de 2012

Qual o limite?


Por Carolina Hortsmann

'Grandes mudanças, precisam grandes sacrifícios' costumamos ouvir como um mantram que a nova sociedade achega aos confundidos, aos adormecidos, àqueles que não acabam de acordar ou de se conformarem com as aparentes “oportunidades” que nos dá a vida na atualidade. Simplesmente, “nunca temos vivido melhor do que agora” e desfrutamos do fruto do trabalho duro dos nossos ancestros, continuamos esforçando-nos por ganhar dinheiro e obtermos as últimas novidades tecnológicas, essas que nos fazem sentir tão felizes, tão cómodos e tanto na moda.

Poderíamos aqui nomear um número alargado de lugares no mundo que pagam (de todos os pontos de vista possíveis) o preço pela tecnologia e os avanços, mas só faz falta um par de exemplos para abrirmos os olhos e começarmos a ver as consequências no teu próprio local.

O Congo e a tecnologia.

A República do Congo, por vezes chamado Congo-Brazzaville, é um dos países com maior índice de Coltan no mundo1. Matéria prima essencial para o abastecimento da tecnologia de última geração. Computadores portáteis (Laptops), telemóveis, câmeras digitais, consolas de videojogos, etc...são as beneficiárias deste espantoso mineral que provoca ano após ano milhares de vítimas no país congolês e alimenta por sua vez o 80% do mercado com o seu mineral.

A gente trabalha quer por obriga dos milicianos, quer por própria iniciativa na extração, já que rende muito mais do que o trabalho na terra e conseguindo sucosas pagas em só poucos dias. Mão de obra barata, milhares de escavadores dispostos para arriscar a vida nas mãos dos milicianos e o abandono total das suas terras de cultivo são o resultado. Montes protegidos furados para conseguirem o cobiçado mineral, milhares de animais autótones e em perigo de extinção levados ao extremo.
Atualmente, o consumo mundial de coltan baixou e novos minerais são precisados enquanto grande parte da mão de obra barata é obrigada a deixar de escavar, para ser forçados a voltar aos seus fogares abandonados com as suas terras secas e sem lavrar. Esta gente recebeu o fruto de anos empregados na geração do dinheiro fácil a custa dos recursos nacionais, “para bem” dos avanços da humanidade.

Chile, paraíso mineiro 'legal'.
A minaria, principal atividad económica do norte do país, ocupa basicamente as três primeiras regiões. Infelizmente, a falta de fiscalização e o tráfico de influências no mais alto nível, convertem as grandes transnacionais em poderosas entidades com voz e com voto por acima da população entre a que se assentam. Convertem os rios e os lagos nos pontos centrais da extração dos minerais, deixando a população com o abastecimento de água limitado e uma grande contaminação.

Múltiplos projetos levados a cabo no país com dinheiros estrangeiros mostram a grande influência nas cúpulas políticas que estes grandes monopólios têm, especialmente sobre os governos. Atualmente está em discussão a implemantação do mega-projeto HidroAysen (com financiamento direto de Endesa e Culbun) que visa construir cinco centrais hidroelétricas no Sul do Chile, submergindo mais de 5.900 hectares.
Apesar do movimento social gerado internamente contrário a este projeto e os governos (quer de esquerdas, quer de direitas) terem agido com políticas de proteção em favor destas transnacionais, vemos com espanto que há só uns dias foram recusados sete pedidos de proteção perante a Corte Suprema de Justiça trazidos por organizações ambientalistas, sendo um dos juízes o Sr. Pedro Pierry, importante acionista de Endesa. Estas ações foram adquiridas com o seu fundo de despejo como funcionário público em 1988 atualmente equivalentes a cerca de 97 milhões de pesos chilenos (cerca de 130 mil euros). E ainda pode haver mais funcionários do Estado implicados no assunto com decissão direta sobre o tema.

Se o panorama judiciário continua assim, só fica aguardarmos o lançamento deste mega-projeto e a perda de terras agrícolas, florestas e bens perdidos, expropriações ... fome para o povo e riqueza para os dirigentes de colarinho branco e gravata desta monstruosa transnacional

Fragas do Eume: o que pode chegar a ser.

Quando pensavas que tudo estava crescendo e as cousas poderiam melhorar (porque sempre tudo o mau parece que acontece fora das tuas fronteiras) é quando percebes, abres os olhos e podes ver como as cousas realmente estão a se mexer. Infelizmente acordas quando o horror bate na tua porta.

Precisamos da queima de milhares de hectares para nos levantarmos das nossas cadeiras e decidirmos devolver um grito afogado: "nunca mais!”. Precisamos da perda de milhares de hectares para descobrirmos a bela terra que abriga as Fragas, para entendermos como é que cobiçam as suas entranhas, os seus minerais.

As chamas devoraram rapidamente as hectares, enquanto os gestores políticos, os responsáveis florestais e outros, organizavam os seus horários, as suas agendas para começarem o seu dia laboral como qualquer outro. A negligência e a falta de medidas preventivas para a nossa floresta natural passaram-nos a conta fazendo arder os eucaliptos plantados por mentes ineptas entre a mata nativa da Fraga e a rica variedade autótone de vida selvagem para facilmente passar aos velhos carvalhos, alguns talvez milenários.

O perigo real agora é o que está por trás das chamas, por causa da intenção de abrir uma mina de superfície, promovida pela Picobello Andaluzita SL (com capitais Sul-Africanos e britânicos). A implementação desta mina nas Fragas Eume vai significar uma perda irreparável do rio Belelhe, afetando diretamente a ele no seu nascimento, causando graves perturbações em todo o ecossistema, assim como a poluição da água potável que alimenta os Concelhos d'A Capela e a parte alta dos Concelhos de Fene e Cabanas.

As promessas de trabalho e as cifras com vistas no futuro, com uns 50 anos de vida útil na estração de mineral incentivam muita gente a pensar nele como uma opção. Mas a que custo? Tomemos o exemplo da mina de Cerro de Pasco, no Peru, que literalmente está comendo as pessoas que vivem nela. As emissões de poeiras são tão altas que não só cobrem a cidade, mas deixaram a terra estéril, onde a planta é uma tarefa assustadora mas ainda é mais difícil é a rega, pois a minha utiliza cerca de 80% da água que antes era para a população.
Com um sorriso no lábios, a mídia nos fala de todos estes benefícios, mas as desvantagens são silenciadas, anexando um pacote de medidas de mitigação "no caso de" que tudo poderia acontecer. Alguns dos prováveis acontecimentos são:
  • O dano que vai para a terra com a extração que cria grandes orifícios, que são então preenchidos com resíduos químicos e minerais remanescentes do processo de extracção.
  • As substâncias tóxicas libertadas para o ambiente são geralmente metais pesados que se alojam no sangue e totalmente prejudiciais à saúde de quem vive no contorno. Da mesma forma afeta a vida selvagem ao seu redor. Também podem ser filtradas às águas elementos químicos usados no processo de extracção (arsénio, cádmio, mercúrio, etc.)
  • Drenagem de água ácidas das minas para a água potável ou irrigação de áreas naturais com a presença de ácido sulfúrico e óxido de ferro. Podem ser filtrados através de camadas subterrâneas e terminar em terras de irrigação e colheita.
  • Presença de pó de sílica na vizinhança próxima da mina podendo causar doenças pulmonares e silicose.
Fica um gosto amargo, ler e saber o ataque iminente que pode ocorrer nas Fragas Eume. Ataque ao coração desta terra verde que está a perder lentamente a memória.
Fica na retina e na mente, a cobiça extrema, este verdadeiro plano de predação, delicadamente desenhado por mãos políticas e por obscuros negócios, capazes de vender o mais sagrado desta terra por um punhado de moedas.

Fica no interior um eco poderoso clamando, e rugindo: Por quê? Por quê permitir tanta opressão e espoliação nestas terras? Por quê tanta falta de amor e respeito ao meio ambiente que nos rodeia? Por quê permitir um mega-projeto como este, pensando só em medidas de mitigação suculentas que podem apresentar capitais estrangeiros? Qual o limite?


1Coltan é um mistura de dois minerais: columbita e tantalita. Em português essa mistura recebe o nome columbita-tantalita. Da columbita se extrai o nióbio e da tantalita, o tântalo. Este último é um metal de alta resistência térmica, eletro-magnética e corrosiva e por tais capacidades seu uso é muito difundido na composição de pequenos capacitores utilizados na maioria dos eletrônicos portáteis (celulares, notebooks, computadores automotivos de bordo). O nióbio é semelhante ao tântalo além do potencial como hipercondutor. Ambos metais foram e continuam sendo fundamentais para o avanço tecnológico da comunicação portátil.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Todos os terrorismos são delinquência.

Por José Manuel Barbosa.

Desde antigo a ideia de matar é delito. Tanto as legalidades antigas como as próprias religiões dizem que matar vai contra todo o desejável. Entre elas, na cultura europeia, a religião cristã decidiu aderir à lei mosaica de que matar é um pecado dos mais graves. Assim foi ensinado durante séculos pela cultura europeia e assim nos parece justo aos que pensamos com boa fé.
 Do nosso ponto de vista, matar é a pior das cousas que pode levar a cabo um ser humano contra outro, seja pelas razões que forem. Confesso que mesmo é difícil de levar a cabo ainda que seja para defender a própria vida, daí a grandíssima dureza das experiências de tantas pessoas que viveram o trauma das guerras.
Pergunto-me quantas pessoas haverá no mundo que morrem por não matar, ou mesmo morrem por salvar vidas. Acho que muitas.... 
O Reino da Espanha tem sofrido o terrorismo como têm sofrido outros Estados no mundo: Rússia, Reino Unido, Turquia, Estados Unidos.... Não é novo o assunto e infelizmente parece-me que também ainda não é velho.
Segundo a informação com a que contamos e que se comunica por todos os média, a gente morta pela E.T.A. desde o ano 1960 até o 2010 é de 947 pessoas. Um autêntico desastre. Mas sem querer tirar-lhe importância a tanta gente morta no Reino, quero lembrar que nos Estados Unidos houve aproximadamente 5 mortes violentas por cada 100.000 habitantes no ano 2010, o que nos dá um total de aproximadamente 15.000 homicídios ou assassínios no ano.
Quero dar outro dado: O total de mortos na  estrada no Reino da Espanha em 2011 segundo “El Mundo” de 30 de Novembro de 2011 é de 2.500 pessoas.
Também é algo para pôr os pêlos de ponta. Mas a diferença de tratamento de cada um destes frios números é totalmente diferente. Como é sabido, ninguém sai à rua por esses 2.500 mortos nas estradas do Estado. Ninguém pede melhoras nas estradas, nem nas viaturas, nem na organização do trânsito rodoviário para que essa sangria acabe, ninguém nos Estados Unidos sai à rua para protestar contra o sistema social e económico que leva mais de 15.000 pessoas para o outro mundo cada ano por se toparem com uma bala no caminho. Ninguém. O único caso de manifestação pública de rechaço e mesmo repulsa contra os atos de violência dos que tenho informação são aqueles que exerce o  terrorismo armado contra o poder estabelecido.
Mas porque é isto assim?
 Eu acho que é porque está a política metida pelo meio. Se não houver interesses políticos no assunto e com isso jogo de perdas e ganhos de votos, com total probabilidade  a violência terrorista nem sairia na TV se não for como uma anedota, tal qual é o número de mortos de todo um ano nos Estados Unidos ou nas estradas espanholas.
Ora bem, queria eu completar este meu pequeno artigo dizendo que na Galiza também há terrorismo. E não estou a falar de qualquer rapaz independentista que leva uma “Magefesa” ao seu Centro Social para fazer um cozido com os sócios e passa por um arma de destruição maciça. Falo dum terrorismo que existe mas não vai contra o poder estabelecido, mas exercido por ele. Evidentemente estou a falar dos incêndios que também têm uma organização, uma infra-estrutura, uns obscuros interesses económicos e políticos e uns “Josus Terneras” ainda que estejam escondidos em escritórios e vestidos de gravata.
Não é difícil ouvir falar em alguns lugares por parte da gente das aldeias do paisano que por necessidades económicas está disponível para receber uns poucos euros para lhe pôr lume ao monte. Essa pessoa se é apanhada por algum corpo de segurança não dura muito tempo no cárcere, ajudada por quem menos o esperamos. Eu mesmo lembro há quase um ano que algum responsável do cuidado dos montes falava que tinham muito trabalho porque deviam provocar um “incêndio controlado” para vermos dous dias depois como o Monte do Vieiro, nos lindes entre os concelhos de Vereia e Bande ficava totalmente arrasado e preto como o carvão.
Há pouco menos duma semana ardia a floresta atlântica mais grande da Europa: As Fragas do Eume. Vimos como os próprios média nos contavam como a inteligência humana foi utilizada para fazer o maior dano possível ao descobrirem o início dos fogos em lugares estratégicos e como uns interesses espúrios e malvados nos falavam de que havia um interesse especial por parte de alguma empresa de atentar contra as Fragas porque nelas havia jazigos de andaluzita.
Nenhum responsável político falou alto e claro disso, nenhum responsável político pôs o berro no céu para sairmos à rua a nos manifestarmos com as mãos pintadas de branco, nenhum político botou a sabida cantiga de que “há que condenar o terrorismo!”, nenhum político nem meio de comunicação acusaram de terroristas a tal ou a qual grupo político. Não há denuncias aos responsáveis de cuidar dos montes, não há ninguém no cárcere com nomes e apelidos, não há cartazes com um “se busca” com fotos incluídas nos edifícios oficiais, não há dedos sinalando cínicos que apagam incêndios vestidos com sapatos castelhanos, camisas brancas e mangueiras de regar os jardins, não há ninguém a quem haja que levar perante o juiz, não há nenhum político que diga que há que modificar a política florestal para recuperar os montes, não há ninguém a quem se lhe possa chamar delinquente, não há quem se meta com aqueles que omitem qualquer atitude de cuidado e proteção perante o património natural que se perde dia a dia à vista da gente impotente que só reage quando o terrorismo circula em sentido contrário a este. 
 Algum dirá: “ Es que aqui no hay muertos!”. E eu respondo: “Aqui vai haver mortos porque a Terra é a que nos dá de comer e essa riqueza deste País está sendo eliminada. Esta terra ubérrima fica sem o essencial para dar o seu fruto. Aqui vai haver mortos, mas esses ainda vão morrer lentamente de fome e de sede como não emigrem. Aqui a morte é lenta, não imediata como aquele que se topa no caminho com uma bala.”
Porque tanto silêncio? Porque tanto ocultismo neste assunto? Será porque os média não vão apresentar-nos dirigentes políticos de prestígio e com interesse nos votos como terroristas?
Por isso nós CONDENAMOS TODO TIPO DE TERRORISMO: O DAS PISTOLAS POR UM LADO E TAMBÉM AQUELE OUTRO QUE INCENDIA OS NOSSOS MONTES PAGANDO-LHE A UM POBRE MORTO DE FOME 600 EUROS PARA QUE NOS MATE LENTAMENTE...E SOBRE TUDO CONDENAMOS O CINISMO DE ALGUNS POLÍTICOS.



Notas:
Informação sobre o jazigo de andaluzita nas Fragas do Eume, aprovação por parte do Governo Galego da apertura da futura mina e posterior incêndio:

quinta-feira, 5 de abril de 2012

São Tomé e Príncipe falam a língua dos galegos.


Por Carlos Jorge Mota:

S. Tomé e Príncipe, país denominado como República Democrática de S. Tomé e Príncipe, ascendeu à independência em 12 de julho de 1975 na sequência do Golpe Militar em Portugal, que ficou conhecido na História como O 25 de Abril, em cujo Programa estavam introduzidos os historicamente célebres 3 D’s: Democracia, Desenvolvimento e Descolonização. 
Em 1960, no exílio e manifestando-se internamente na clandestinidade, foi fundado o CLSTP, mais tarde, em 1972, designado por MLSTP, Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (alterou o termo Comité, pela união a outros organismos políticos), sob a responsabilidade do Dr. Manuel Pinto da Costa, que se tornaria o primeiro Presidente da Republica, logo após a independência, uma vez que este Movimento, entretanto transformado em partido, foi reconhecido como o único representante legítimo do povo são-tomense. Miguel Trovoada assumiu as funções de Primeiro-Ministro, logo após eleições que decorreram no período de transição de poderes. Em 12 de dezembro desse mesmo ano foi promulgada a Constituição do país, tendo sido definido o MLSTP como o único partido legal da nação. Entretanto, mercê de manifestações internas que corporizavam diferentes sensibilidades, o Partido, em 1989, iniciou um processo de transição para um sistema pluripartidário, depois de um debate numa sua conferência nacional. Em agosto de 1990, após referendo, foi aprovada uma nova Constituição democrática e o MLSTP passou a assumir-se como de cariz social-democrata. Em 1998, num Congresso Extraordinário do já então denominado MLSTP-PSD, foi eleito Presidente do Partido, por unanimidade, Manuel Pinto da Costa, cargo que ocupou até 2005, tendo sido substituído, em 27 de fevereiro, por Guilherme Posser da Costa, anterior Primeiro-Ministro.
 Como o cargo de Presidente do Partido nem sempre foi coincidente com a função de Presidente da República, por um lado, e como se tinha aberto a possibilidade de outras formações políticas concorrerem a eleições democráticas, por outro, e ainda porque houve tomada de poder em atos de natureza militar, o quadro da sequência cronológica de ascensão ao mais alto cargo da nação apresenta-se assim formado:
- Manuel Pinto da Costa, do MLSTP, de 12 de julho de 1975 a 3 de abril de 1991;
- Miguel Trovoada, da Ação Democrática Independente, de 3 de abril de 1991 a 15 de agosto de 1995 – primeiro Presidente eleito democraticamente;
- Manuel Quintas de Almeida, Militar, de 15 a 21 de agosto de 1995;
- Miguel Trovoada, da ADI, de 21 de agosto de 1995 a 3 de setembro de 2001 (entretanto re-eleito em 1996);
- Fradique de Menezes, da ADI, de 3 de setembro de 2001 a 16 de julho de 2003;
- Fernando Pereira, Militar, de 16 a 23 de julho de 2003;
- Fradique de Menezes, do MDFM-PL, de 23 de julho de 2003 a 3 de setembro de 2011;
- Manuel Pinto da Costa, apartidário, desde 3 de setembro de 2011.
S. Tomé e Príncipe situa-se no Golfo da Guiné, é formado pelas ilhas de origem vulcânica de S. Tomé (a de maior dimensão), pela do Príncipe e por vários ilhéus, numa superfície total de cerca de 1 000 Kms 2, tem cerca de 165.000 habitantes, e a capital é a cidade de São Tomé, localizada na ilha com o mesmo nome, na latitude muito próxima de 0, uma vez que se situa mesmo em cima da linha imaginária equatorial.
Dista do continente africano cerca de 300 Km e tem como países vizinhos mais próximos o Gabão, a Nigéria, a Guiné Equatorial e os Camarões.
De clima tropical, húmido, onde a amplitude térmica é de 7º a 8º, variando entre um pouco acima dos 20º e os 30º centígrados, tem, todavia, muitos microclimas em função da altitude, do relevo e da pluviosidade, sendo que esta é influenciada por aquele.
Duas estações climáticas se sobressaem: a mais quente e chuvosa, entre outubro e maio, e a mais amena e com menor pluviosidade, entre junho e setembro, conhecida por Gravana.
Num empreendimento marítimo financiado por um rico comerciante, no reinado de D. Afonso V, de Portugal, Pêro Escobar, João de Santarém e João de Paiva, em dezembro de 1470, descobriram a Ilha de S. Tomé. No mês seguinte alcançaram uma outra ilha a que foi dado o nome de Santo António, mais tarde alterado para Príncipe em homenagem ao, ainda príncipe, D. João, futuro Rei D. João II.
Este arquipélago era, segundo comummente aceite pelos historiadores, totalmente desabitado, razão por que foi posteriormente povoado com gentes levadas da costa africana, principalmente das áreas mais próximas, de início, e de Angola, mais tarde, e também de Portugal, nomeadamente degredados, que, enquadrados por técnicos já especializados pela experiência colhida no Arquipélago da Madeira, e uma vez que o clima a isso era propício, introduziram a plantação da Cana-de-Açúcar. À época, pela sua raridade na Europa, esta cana era considerada como uma especiaria, razão pela qual a potencialidade económica se previa promissora e o investimento fortemente compensador. 
Para desenvolvimento destas ilhas, à semelhança dos procedimentos já ocorridos no Arquipélago da Madeira – e mais tarde no próprio Brasil - foi entregue a responsabilidade pela sua governação, com a designação de Capitania, a um Comandante que detinha sob sua responsabilidade as Ilhas de S. Tomé, Príncipe, respetivos ilhéus, as Ilhas de Fernando Pó e Ano Bom, estas duas últimas entregues posteriormente à Coroa Espanhola no âmbito dos dois Tratados de El Pardo, o primeiro em 1761 e o segundo em 1778, pelo que não chegaram a ser exploradas por Portugal. Esses Tratados puseram fim à grande disputa entre Portugal e Espanha pelas suas possessões ultramarinas e foi negociada a troca destas duas ilhas portuguesas no Atlântico e também a então Colónia do Santíssimo Sacramento, hoje Uruguai, por algumas delimitações dentro do Brasil onde havia forte influência de jesuítas espanhóis.
Com a chegada dos portugueses a Terras de Santa Cruz e a também introdução por eles lá da cultura da cana, S. Tomé e Príncipe sofreu forte concorrência do Brasil e o arquipélago foi progressivamente decaindo nesta monocultura, razão por que houve necessidade de diversificar as suas capacidades, tornando-o um autêntico laboratório nessa área. Assim, foram-se paulatinamente introduzindo outras espécies, principalmente as que se tornavam indispensáveis para o abastecimento dos navios que aí aportavam por razões logísticas. Dessa forma emergiu a cultura do milho, mandioca, arroz, banana, inhame, algodão, gengibre, e, numa fase muito posterior, já no Séc. XIX, o café e o cacau. Daqui resultaram indústrias várias, tais como do óleo de palma, de copra, de noz de coco.
Decorrente da sua situação estratégica, foi palco de Entreposto do Comércio de Escravos entre África e as Américas, do que resultaram várias revoltas esclavagistas, donde emergiu um herói nacional de seu nome Amador, homenageado nos dias de hoje.
A Pesca, feita ainda atualmente de um modo próximo ao artesanal, está, todavia, a desenvolver-se para planos de maior dimensão, através de associação cooperativa, para o que contribui a grande riqueza piscícola das suas águas.
Entretanto, face a prospeções efetuadas recentemente em zonas marítimas específicas, concluiu-se que S. Tomé e Príncipe apresenta reservas petrolíferas estimadas na ordem dos 4 mil milhões de barris, o que potencia este país para níveis de desenvolvimento elevado, com a aplicação da fruição dos proveitos destes hidrocarbonetos, logo que a exploração se inicie.
Pelo seu impacto no desenvolvimento ultramarino português e indígeno, o historial destas ilhas é tão rico e tão vasto que proporciona até relatos apaixonados de situações verdadeiras e semificcionadas, romanceadas algumas delas por escritores consagrados, de que são exemplos o Livro Equador, do português Miguel Sousa Tavares, ou Aurélia de Vento, do são-tomense Albertino Bragança.
 A flora deste arquipélago é muitíssimo rica, detendo espécies únicas, pelo que se torna um manancial de potencialidades para estudo pelos apaixonados da área.
A língua oficial é o Português, todavia é também utilizado, por alguma população, exceto na parte sul, o São-Tomense, ou Forro, língua de base crioula, isto é, por formação de vocábulos originados uns no português e outros em línguas africanas, aliás, tal qual os diversos crioulos existentes nos antigos territórios portugueses.
A expressão musical são-tomense, embora forte, está ainda numa fase de afirmação, todavia, como já citava o português Manuel de Ferreira Ribeiro, médico, teólogo e homem sensível às questões ultramarinas, que fundou “O Equador”, o primeiro jornal em S. Tomé: “De uma cana, de um coco, ou de qualquer outra coisa, fazem os rapazes um instrumento. Gostam de dança, amam as letras, mas nunca tiveram mestres, nunca puderam ver para imitar, nunca puderam trabalhar e estudar”. Os tempos mudaram, a cana e o coco foram substituídos por reais instrumentos e São Tomé detém hoje excelentes músicos que procuram difundir os valores intrinsecamente indígenas, mas que simultaneamente detêm potencialidades de expansão geográfica. Da sua dança tradicional fazem parte os estilos denominados por Ússua, um tipo de dança de salão, em que os pares são conduzidos por um mestre-de-cerimónias; Dexa, com letra de tipo humorístico ou mesmo de escárnio; Puita, de origem angolana, contém uma componente erótica; Bligá, de exibição de destreza que faz lembrar artes marciais; Danço-Congo, tipicamente africana e a mais popular, é uma dança violenta e muito ritmada.
Da sua rica gastronomia, destacam-se as Papas de Farinha de Mandioca, o Arroz Doce, O Polvo à S. Tomé, o Angu e os Sonhos de Banana, a Canjica, Sooa de Camarão, o Peixe Refogado, o Calulu de Peixe, o Inhame Frito.
 Visitar S. Tomé e Príncipe é desfrutar de um contacto com gente sã e acolhedora, é vivenciar uma experiência africana positivamente diferente, é contemplar maravilhas da natureza únicas e usufruir de águas cristalinas e quentes, de um azul e verde inigualáveis, é saborear uma riqueza gastronómica que jamais se esquecerá.



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