10:00:Carlos Carneiro: Galaicos
e Lusitanos: Afinidades culturais e linguísticas no âmbito da
celticidade
10:45:
Dulcineia Pinto: “Ritos
de consagração e reconsagração num povoado da Idade de Ferro do
Norte de Portugal”
11:30:Debate
13:30
Comida
2º
Painel de Tarde (Apresenta João
Paredes)
16:00:
Santi
Bernardez: “Celtismo
e panceltismo na Galiza,
em Portugal
e na Europa, passado e presente”
16:45:
Samuel F.
Pimenta: “Mitologia
na literatura: uma perspetiva”
17:30:
Debate
3º
Painel Tarde de sábado(Apresenta
Maria Dovigo)
18:15:Apresentação
do livro Oceanoe. Apresentam a Irene Veiga
e a Noe Vazquez.
18:45:Paulo
Marinho: (Título):
“Galegos
em Lisboa.
A sua música
e
dança através dos tempos”
20:30:
Ceia
Domingo
12 de Maio
4º
Painel Tarde de sábado (Apresenta João
Paredes)
10:30:
Visita ao Centro Interpretativo do Lobo
Ibérico: “A
relação mitológica e histórica do lobo com o mundo céltico”.
13:00:
Comida
Lembretes
importantes!
– A
assistência e totalmente livre e gratuita. Quem quiser vir é só
chegar e sentar, enquanto houver cadeiras
–A organização não é
responsável pelos transportes, comidas e dormidas das pessoas
assistentes. Assim pois, recomendamos fazerdes planos JÁ pois a
disponibilidade de camas na aldeia é limitada (embora sempre há
lugares no resto do concelho).
– O local exato é na sala da
Junta de Freguesia de Pitões, no Largo do Eiró (mesmo no centro da
aldeia).
– Pedimos
não circular de carro pelo centro da aldeia. Há um excelente parque
de estacionamento público e gratuito, e depois é só caminhar uns
poucos metros.
–Para
fazer mais fácil a viagem a Pitões, abrimos um
fio no evento em Facebook
onde podeis combinar para partilhar carro/gastos até lá – A
organizaçãonão
é responsável por acordos pessoais ou o que ali se falar
individualmente.
O
albanês é uma língua de origem indo-europeu falada na região dos
Balcãs banhada pelo Adriático, que
está
rodeada pelo grego, no Sul, e pelas línguas sul-eslavas no Norte
(servo-croata) e Leste (búlgaro-macedónico).
É a língua oficial da Republica da Albânia, mas também do
Kosovo, onde também é
língua nativa. O albanês é falado maioritariamente
nas partes mais ocidentais da Macedónia do Norte por
quase um quarto da população eonde desde 2019 estáreconhecida
como a segunda
língua oficial de todo o país; fala-se em Montenegro, na
Grecia (Epiro, Ática,
Beócia,
Argólida,
Coríntia,
Eubeia, Andros, Lócrida,
Ilhas Sarónidas,
Trácia,
etc), onde mora o grupo
étnico albanês dos arbanitas
e oscamérios
mas também na Itália, (nos
Abruzos, a Basilicata, Calábria, Campânia, Molise, Apúlia e
Sicília), onde é
reconhecida a minoria
dos arberescos,
procedentes
da Grécia eemigrados
para as regiões da Itália meridional graças ao apoio que os reis
de Aragão-Catalunha, Afonso V de Trastâmara,
Fernando II de Trastâmara
e posteriormente o Imperador Carlos I deram aos albaneses na sua
resistência contra os turcos otomanos quando estes conquistaram as
regiões helénicas do Império Bizantino.
O
albanês
tem origem
indo-europeu e dentro desse grupo de línguas, pertence ao grupo de
línguas paleo-balcánicas
ao qual pertenceram varias línguas mortas, como o dácio,
o trácio,
o frígio,
o ilírio
(do
qual se supõe, tradicionalmente,
deriva o albanês),
mas também o arménio e o grego, línguas ainda vivas. Tem
dous grandes dialetos: o gegh (ou guego, em português) e o tosk
(tosco, em português) falados ao norte ou ao sul do país
e divididos pelo rio Shkumbi.
Mas
ainda se reconhecem mais dous subdialetos de base tosca, o arberesco,
pertencente aos italo-albaneses e ainda o arbanítico,
falado no Epiro grego e no Peloponeso pelos arberescos que não
emigraram a Itália.
Os Vilayet ou províncias otomanas antes das independências dos países balcânicos
A
dominação otomana foi
marcante para os
albaneses, emborafoi
no
exterior que
se iniciou o cultivo literário da
língua,
não na própria Albânia,
iniciando
o seu percurso na escrita com o alfabeto cirílico, paralelamente aos
usos do servo-croata e do búlgaro. Foi nesta época em que aconteceu
a grande migração a Itália e Grécia e a conversão forçosa duma
grande parte dos albaneses ao Islão. Isto
foi duma relativa importância, marcando-os com um certo
privilégio,
embora
como etnia submetida,dentro
da
administração otomana. De
qualquer maneira, o
albanês permanecia
proscrito
e
como língua subalterna, sob a supremacia do turco.
Neste altura, também aconteceu o povoamento e colonização do
Kosovo, inicialmente eslavo.
No
entanto, a
língua estava viva e
o
texto mais antigo em língua Shqipe, nome com o que se designam a si
próprios os albaneses, é de 1462 e está
escrito em gheg. Conserva-se
a frase ritualtípica
para
o batizado no
arcebispado de Durrës,
assim como uns versículos do Novo Testamento e um hino da Pascoa
Ortodoxa em tosk. O livro mais antigo conservado é um missal
ortodoxo (Mëshari)
em gheg de 1555 e um outro texto sobre a doutrina cristã em
arbanítico
de 1592 (E
mbesuame e krështerë).
Já no século XVII, em plena batalha religiosa da Contrarreforma, é
que
se inicia uma etapa de crescimento literário do albanês em
gheg meridionalapesar
da pressão otomana, em
que
alguns escritores albaneses de religião muçulmana começam
a utilizar
a ortografia árabe, como Nazim Berati ou Hasan Zyko Kamberi.
Esta via de reafirmação linguísticarepresenta
a primeira
manifestação dum albanês culto baseado
nas falas de Elbasani, mas
de maneira instável, usando vários alfabetos e diversas variedades
populares.
Em
1908, a intelectualidade albanesa reúne-se
em Manastir,
hoje Bitola,segunda
cidade mais povoada da
Macedónia
do Norte depois
da capital Escópia,
para discutirem qual a ortografia mais adequada para o albanês. O
percurso dos tempos tinha levado os albaneses a usarem
o alfabetos
cirílico, grego, latino,
árabe
e três variedades de alfabetos autóctones: o elbasan, o büthakukye
e o argyrokastër,
criados
entre 1750 e 1850 como forma de reafirmação nacional e linguística.A
decisão foi ordenar
a língua e adotar
o alfabeto latino sobre a base do gheg de Elbasari, como levava
sido
o tradicional até
o momento,
mas depois da independência em 1912, a
língua albanesa colhe um importante impulso, convertendo-se em
língua oficial do país.
Membros da resistência albanesa na Segunda Guerra Mundial. Na direita, o líder da resistência albanesa, Enver Hoxha
Depois
da Segunda Guerra Mundial e a chegado
ao poder de Enver Hoxha, favorece-se
mais uma mudança no padrão albanês, propiciada
pela
origem tosk do novo
líder dos
partisans da
Albânia. Ao
finalizar a guerra, o
novo padrão
oficial vai estar baseado no dialeto do líder
da Republica Popular de Albânia,
apesar de ter sido o gheg a variante que tradicionalmente se
tem usado para este cometido.
E
assim ficou até
hoje.
Sobre
o Kosovo, falou-nos o amigo
da Galiza e linguista
basco José Luís Álvarez
Enparantza num Congresso organizado pela AGAL há muitos anos, la em
1987 e contou-nos o seguinte: No Kosovo,
de
fala
gheg, existiu
uma importante distância
política
com a Albânia
durante a
pós-guerra,
devido àrutura
entre a Jugoslávia
de Tito e a Albânia
de Hoxha, pelo que os kosovares optaram
por uma padronização centrada no seu dialeto gheg nordestino,
isolando as suas falas do resto do domínio linguístico Shqipe a
partir de 1944, já que a Albânia optava pelo tosk sem a mais mínima
sensibilidade pelos irmãos
que
ficavam fora das suas fronteiras políticas. Assim foi entre 1944 e
1968, em que cada país
apanhou o seu próprio caminho, até
que em 1968, num congresso levado a cabo em Pristina organizado
pela
intelectualidade kosovar, decidiram refletir sobre o assunto e por
bem da unidade linguística, optaram pelaassunçãoda
norma tosk com
vistas ao
futuro e pela
saúde do albanês, rechaçando o modelo atomizador servo-croata,
cujo protótipo
é aplicar
dentro da mesma língua,
quatro standards (sérvio, croata, bosniaco e montenegrino), dous
alfabetos (cirílico e latino) e constantes confrontos, ódios
e limpezas étnicas. Sobeja
dizer, que esse modelo elaboracionista é o que assumiram as
instituições oficiais galegas até
agora, com a figura do Žarko Muljačić como guru das línguas
Ausbau… O
Kosovo, finalmente,
decidiu unificar os textos para o ensino seguindo os modelos de
Tirana, iniciou
a implementação das
gramáticas tosk e legendagem no novo
modelo de padrão
e iniciou
as adaptações
ortofónicas
a todos os níveis. As vantagens foram evidentes em pouco tempo a
respeito da
edição, na produção áudio-visual, nos intercâmbios
universitários e no progresso da língua. Todo isto ajudou com a
reafirmação nacional que derivou na conquista da soberania do
Kosovo e da normalização plena do albanês no país
do Campo
dos Melros.
O
caso albanês-kosovar é um
exemplo de exo-normalização sucedida que
pode
servir de exemplo para os galegos, como
também podem ser exemplos o da
Taalunie de
Flandres, o
modelo reintegrador da Moldávia
ou
odo
Quebeque, em
que a unidade da língua histórica esta por cima de interesses
partidários,
particulares
e gremiais.
O
dicionário Estraviz define Tangaranho como “Génio maléfico e
supersticioso que ataca as crianças enfraquecendo-as e
deformando-as”, embora também define esta palavra como
“Pessoa entangaranhada”, isto é, “pessoa deforme ou que padece
uma doença física”. Masainda
há uma terceira aceção que esta referida a uma “deformidade ou
ao raquitismo atribuído a ameigamento”. Existe, também a palavra
Angaranho que poderia ser percebido como um efeito mágico
com a finalidade de provocar reações nas pessoas e nos animais que
atingem à
sua saúde e bem-estar físico.
Bom,
todo isto vem a conto de ter presenciado com muito interesse e gosto
a intervenção da antropóloga galega da SAGA (Sociedade
Antropológica Galega) Lídia Mariño no
programa 763 do Quem
anda ai? na TVG do passado 28 de setembro de 2023. Para mim, tem um especial
interesse este tema desde que quando eu era criança fui levado pela minha mãe
e a minha tia-avó
Remédios à
pedra do Tangaranho no São Bento de Cova de Lobo, na
freguesia de Pinhor, no
Concelho de Barbadães,
nas aforas de Ourense. Com poucos anos tive um problema cutâneo nas
costas que se solucionou graças, segundo as mulheres da minha
família materna, ao poder e ação
da pedra
do
Tangaranho situado na localidade anteriormente citada. Eu não posso garantir
que a pedra fosse a responsável da minha curação,
mas o que não posso negar é
a
fé popular a este tipo de remédios dos que sempre a religião
católica renegou ou como mínimo assimilou e
sincretizou.
Angaranho de Sarreaus
Também,
muito perto donde eu moro, existe uma construção pétrea,
esta denominada Angaranho, sem T, onde até
as décadas centrais do século XX,
as pessoas que ainda professam qualquer tipo de paganismo levavam ali
as suas crianças para favorecerem qualquer tipo de sanação a
problemas físicos ou de raquitismo que sofressem os seus filhos…
Igualmente,
parece que há mais tangaranhos na Galiza, como o do Monte de São
Cibrão,
do que nos fala o
nosso querido Rafa Quintia no seu blogue À
Sombra da Bouça Panda…e
sem duvida há de haver mais que desconhecemos…
Ora,
a existência de pedras sagradas, assim como de fontes ou outros elementos naturais destinados popularmente a dar ou ajudar na recuperação da saúde são muito comuns no nosso paganismo ancestral,
vivo até
hoje e pelo qual foram provocadas muitas ofensas, estragos e mesmo
custo de vidas na nossa história.
Não há que fazer muito esforço para lembrarmos a razão que levou a Prisciliano a ser decapitado, figura duma importância tal que ainda não imaginamos o seu
lugar real na nossa conformação como nação, provavelmente como origem dos cultos jacobeus e portanto, origem do esplendor,
mas também do
desastre político da Galiza medieval numa sociedade europeia regida
e dirigida por um Sistema sócio-político
e económico baseado
no cristianismo romano, do qual Compostela foi dissidente, sofrendo as consequências posteriormente. Essa
importância leva-nos a procurar sobre as raízes etimológicas da
palavra Tangaranho, da que vamos falar a seguir:
Do
nosso humilde ponto de vista de linguista por vocação, embora não por formação, achamos que esta palavra, Tangaranho, poderia estar
formada por duas realidades diferentes. Por uma parte, o TANG- poderia
ter a ver com aquela outra palavra, ou talvez frase, conhecida e
registada epigraficamente na Fonte do Ídolo de Braga, identificada
pelo intelectual alemão do século XVI, Georg Braun,onde
se
identifica um reduzido texto com ortografia latina em que se nomeia uma
pessoa, provavelmente procedente de Arcóbriga,
Celico Fronto, que faz
uma promessa, um oferecimento ou um juramento à
deusa Návia
por meio da expressão Togoenabiago,
onde aparece Tongoe, por um lado e, Nabiago
por outro. Esse Tongoe
poderia ter a ver com uma forma de juramento, compromisso, promessa
ou
proclama
que o oferente faz à
deusa Návia. O TANG-, TONG- também aparece
no Táin
Bó Cúailnge
(O roubo do boi de Cúailnge)
da
mitologia irlandesa, pertencente ao Ciclo do Ulster,como
uma proclama que um dos protagonista da história, nomeadamente o auriga do carro de combate de Cuchulainn, de nome Lóeg,
prometendo e reafirmando-se perante os deuses do seu povo, compromete-se com a ação da batalha pela defesa do Ulster guiando o carro levado pelos cavalos Liath Macha e Dub Saindglend:
Tongu
do dīa toingeas mo thūath (Literalmente:
Juro pelos deuses pelos quais jura o meu povo) que diz o rei dos cocheiros que morre junto com o heroi.O
TANG-, TONG- poderia facilmente
proceder do verbo *tong-o-
que significa jurarem
proto-céltico
e
que no Old
Irish
é tongaid,
-toing,
tó
(Matasović,
R.: 2009)como
o mesmo significado de "jurar".
Fonte do Ídolo de Braga
Por
outra parte, temos a terminação da palavra Tangaranho, cujo segundo elemento é
-aranho
que,
do nosso ponto de vista estaria referida a uma divindade que
poderíamos
identificar com o deus gales Arawn1,
rei
do Annwn,
o
inframundo,
ali onde vão as almas depois de mortas e
lugar que foi visitado pelo rei Artur para conseguir um caldeiro
mágico
que proporcionava abundante comida, mas que também pode ser o
caldeiro pelo qual o deus
psicopompo gaulês,Cernunnos
fazia passar os mortos para reciclá-los
e fazê-los
retornar ao mundo dos vivos reencarnados,
preparando-os de novo para a batalha.
Arawn/Aranho2
também poderia ser identificado com o
nosso Véstio
Alonieco,
o Hospedeiro
do Alem
(Pena Granha, A.&Érias,
A.:
2006)
de Lourição,
também cornudo e
também psicopompo,
quem recebe com os braços abertos aos que devem entrar no outro
mundo, aos que vão “ir
à
casa de Donn”, como diriam os irlandeses, quer dizer, “os que irão morrer”.
Véstio
Alonieco,
Esse Donn irlandês,
rei
dos mortos,
poderia ter o seu correlato no Donão
(ou Donon) do nosso Monte do Facho do mesmo nome em Cangas do Morraço,
também identificado com Berobreo, como nos contam Pena Granha e
Alfredo Érias. Portanto, todos estes epítetos e correspondentes
galeses, gauleses ou irlandeses corresponder-se-iam com o mesmo deus do Além, quer
situado nas três ilhas do Atlântico irlandês: Tech Duinn ou Bull Rock, lugar
exato do enterramento de Donn, situada ao lado das outras duas
ilhotas nomeadas pelos irlandeses das
costas de Cork
como Cow (vaca)
and Calf (bezerro)… curioso que é justo como se chamam as ilhotas localizadas frente a
cidade da Crunha: O boi, a vaca e o bezerro (e o bezerrinho, aliás),
o que nos pode dar uma pista de como se deveram chamar cada uma das
três ilhas Cies antes de receberem o nome cristianizado de Ilha
de Monte Agudo, Ilha do Monte do Faro e Ilha de São Martinho
(Martinho, o martelo de pagãos?).
Facho de Donão
(ou Donon) e ao fundo as Ilhas Cies
O
Aranho é um topónimo que existe em varias localidades da Galiza,
uma delas em Rianjo, onde há uma fonte, a Fonte do Aranho,
popularizada por Emílio
Cão
nos anos 70 com a sua famosa canção interpretada com harpa e voz.
Supomos que essa fonte seria de agua sanadora de doenças e de
tangaranhos (usando a aceção moderna), como ritual de pacto, pedido
ou juramento ao deus do inframundo para poderem os oferentes continuar neste mundo
e demorar
a chegada ao Além,
à
casa de Donão, mais um bocadinho. Relacionamos, também, esta mesma figura psicopompa com o Brerobreo, fazendo o mesmo pedido “PRO
SALUTE” e dedicando a ele
todas
as orações e sacrifícios. E será nesse Além onde seremos recebidos pelo cornudo Hospedeiro do Além,
o
sorridente Véstio
Alonieco,
com os braços abertos para
podermos desfrutar do paraíso céltico, quer
o situado no interior da terra, onde achamos Arawn/Aranho, quer o que está
situado nas três ilhas do interior do mar3 com os seus nomes identificados com cada um dos três membros da família bovina. Esse Além é um lugar maravilhoso onde se localiza este outro mundo, uma paragem deliciada, onde o normal é desfrutar da eterna juventude,
onde as doenças e os sofrimentos não existem e onde a abundância
e a felicidade ao lado dos seres queridos é um sinal da identidade
do local. Os cristãos, muito carentes duma mitologia da que botar
mão,
concluíram que esses modelos positivos de vida após a existência
terrena
eram muito bons como atrativo para gentes que procediam da religião
céltica no ocidente da Europa e provavelmente influenciados pelo
pelagianismo e calculo que também pelo priscilianismo, apanharam
esta ideia positiva do Sidh/Além
que fizeram sua, identificando-a com o céu.
Matasović,
Ranko:Etymological
Dictionary of Proto-Celtic.
Brill. Leiden-Boston. 2009
Pena
Granha, André&Érias
Martínez,
Alfredo:O
ancestral Camiño de peregrinación ó Fin do Mundo: na procura do
deus do Alén, Briareo / Berobreo / Breogán / Hércules / Santiago…
In Anuario Brigantino n°
29. Ed. Concelho de Betanços.
Betanços.
2006
Notas a rodapé
1 Provavelmente com essa nasalidade final em N pronunciada próxima ao nosso NH, ao
GN francês e italiano e ao Ñ castelhano...
2
Arawn é um epónimo de Gwyn ap Nudd (o Brilhante/Sagrado
filho de Nudd), onde Nudd, o pai do deus em questão, é o
equivalente gales do rei dos Tuatha Dé
Danann irlandeses, para eles Nuada. Lembremos que os Tuatha Dé Dannan quando foram
vencidos pelos Milésios fugiram para o interior da terra, justo
igual do que os nossos mouros, que habitam no inframundo deste lado do mar...
3
Curioso que J.R.R. Tolkien denominasse de Annun em élfico
sindarin, reproduzindo a pronuncia galesa, às
terras para alem do mar, onde estaria situada a ilha solitária de
Tol
Eressëa,
a
grande ilha tragada pelo mar, também denominada Númenor
e que alguns estudiosos de Tolkien identificam com a Atlântida.